O mês de janeiro é marcado pelos preparativos das famílias para o retorno às aulas, e o material escolar é uma das despesas que pesam no orçamento. Para este ano, de acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os preços dos materiais escolares devem aumentar entre 5% e 9%.
Segundo a ABFIAE, os principais fatores que justificam o aumento são a inflação anual, a elevação nos custos de produção, o preço do frete marítimo, os produtos importados e a alta do dólar.
De acordo com informações da Agência Brasil, o presidente executivo da ABFIAE, Sidnei Bergamaschi, explicou que muitos itens da lista escolar são importados, como mochilas e estojos.
“Os itens que compõem a cesta, a lista escolar, vários deles são importados. E aí, obviamente, quando você pega um ano que tem uma taxa de dólar mais alta, quando você pega um período como, por exemplo, pós-pandemia, em que o frete marítimo internacional explodiu — o mundo ficou cinco vezes mais caro do que custava —, tudo isso acaba impactando o custo, que, no fim, sempre recai sobre o consumidor”, afirmou Bergamaschi.
Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com a QuestionPro revelou que, em 2024, as famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares, representando um aumento de 43,7% nos últimos quatro anos. O levantamento também destacou que essas compras comprometem o orçamento de 85% das famílias com filhos em idade escolar. Além disso, um em cada três consumidores planeja parcelar as compras para conseguir administrar os gastos do ano letivo.
O impacto em Fazenda Rio Grande
O peso desses custos é percebido em cidades como Fazenda Rio Grande, onde famílias têm adotado estratégias para reduzir despesas. A artesã Jaqueline Abreu, mãe de uma menina de 10 anos que estuda em escola pública, encontrou uma solução criativa para economizar.
“Eu percebo que todo ano tem aumento nos materiais. Porém, este ano combinei com minha filha de reciclar alguns itens do ano passado para poder comprar a mochila e o estojo, assim não sai tão caro. A lista é extensa, mas vamos comprar só o necessário”, relatou Jaqueline.
Os lojistas que atuam no setor também sentem os efeitos do aumento nos preços. Ricardo Kimura, gerente da loja Casa China de Fazenda Rio Grande, destacou o caderno como um dos itens com maior alta, especialmente os licenciados.
“O preço do caderno dobrou. Um caderno que custava R$ 39 agora está R$ 69. Como estamos acostumados a acompanhar os preços, percebemos o quanto aumentou, e foi um aumento absurdo”, apontou Kimura.
Apesar disso, alguns itens permanecem com preços estáveis em relação ao ano passado, segundo lojistas da região.
Redação Fazenda Fm
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